domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ontem à noite


Então eu abri a janela e debrucei-me ao parapeito, naquele santo momento eu poderia livrar-me de todas as máscaras e simplesmente desabar no meu abismo imaginário: eu poderia ser eu mesma. As lágrimas rolavam dos meus olhos pesados, senti minha jovial aparência tornar-se destruída como a de uma viúva idosa que por toda uma vida pranteou seus males. E era assim que eu estava, cansada e penosa de mim mesma. "De repente todos se encaixam no mundo com seus amores por perto e futuros promissores e eu aqui, perdida no escuro, amargurando a existência e morrendo um pouco mais a cada dia. Pra que eu escrevo? Pra que eu canto? Pra que eu vivo? Os anos passarão e eu permanecerei sendo o que sou agora: ninguém."
A lua estava lá testemunhando minhas lágrimas silenciosas e confortando a agonia, e que bom que estava ela pairando nublada no céu de trevas aquela noite, porque se não estivesse.. eu estaria completamente sozinha. 

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