sexta-feira, 1 de abril de 2011

é como se eu não existisse. [contém frase polêmica]

 Não há outro momento em que eu me sinta tão miserável como quando me tranco no banheiro no meio do dia e, ainda vestida, choro silenciosamente sentada no chão, a água me lamuriando a cabeça. É como se eu não fosse mais uma menina de quinze anos, vida confortável, família, amigos e estudo, é como se eu nem fosse mais um ser humano: é como se eu não existisse.
  Um dia eu queria dormir depois de chorar [assim termino quase todas as minhas noites..] e não voltar a acordar com o despertador para a escola. Queria permanecer num sonho bonito, ou num pesadelo [que se dane] ou simplesmente deixar de existir, virar pó e que todas as minhas angústias fossem esquecidas para sempre e não restasse nem vestígios de mim. Queria não mais ter que esconder o choro a qualquer hora do dia, queria não mais ter que responder quando alguém me pergunta 'tudo bem' [pergunta que mais odeio na vida], queria não sentir mais essa agonia interior se debatendo feito louca dentro de mim, queria não mais sentir vontade de abraçar os fantasmas inanimados dos meus sonhos, queria não ter que guardar uma faca na gaveta para me flagelar nas crises de ansiedade e surtos de depressão, queria não invejar os casais na rua, queria não mais ter que discutir com minha mãe todos os dias, queria não ter mais que ver meus amigos, queria não mais viver.
  Porque por dentro eu sou apenas um abismo escuro de Solidão, Tristeza e Vazio que sente como se pudesse viver uma vida humana inteira e jamais seria feliz.. Uma imensidão de amor, medo e agonia que já até desistiu de si mesma. Eu desisti de mim mesma. Meus sentires não cabem mais dentro de mim e, nesta hora [oh! nesta hora!!] pessoas que eu queria por perto [e comigo] me deixam, me trocam.. De todas as angústias que carrego comigo, a Solidão de longe é a que mais me assusta, mais me abala e justamente essa é a minha condição agora e sempre.  

"Eu toco meu corpo e é como se os dedos me atravessassem como a um fantasma, 
É como se eu não existisse."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expresse-se.