sábado, 2 de abril de 2011

empíreo de sostézio.

 


  Quando Sostézio enfim alcançou o empíreo e observou desinteressado aquele tapete celestial de nuvens brilhantes não se sentiu nem um pouco encantado. Nem a melodia da harpa dos anjos, muito menos as pombras brancas angelicais a voar em plenitude o comoveram, nada de belo -neste mundo ou no próximo- seria notado com graça pelos seus "olhos" arrancados à soturna própria força. Sostézio não enxergava nada além de solidão e trevas, aquela planície brilhante não lhe pareceu nada mais do que um exílio iluminado. E a luz lhe lembrava a Fada, e a Fada lhe doía o coração. Talvez, pensou ele, seu erro fosse não ter arrancado também este...

   Sostézio era uma alma arruinada, qualquer divina misericórdia não lhe concertaria o espírito, não lhe confortaria a dor. Ele se atirou do empíreo para a escuridão dos abismos para sofrer com as outras almas que só faziam chorar... 

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