sábado, 24 de março de 2012

Fenecer de inverno

Antigas telhas trepidam com o ventar, janelas são fechadas para deter a friagem, folhagens se cobrem de uma camada espessa de neve e os corações descansam enfim. O inverno chegou. O longo, árduo e libertino tempo que temos para refletir nossa situação atual, rever ações precipitadas e descobrir falhas em nosso modo de agir. Além de ser estação propícia para o auto-conhecimento; repensar nossos sonhos, se estes realmente valhem a pena serem sonhados e o esforço de que necessitam para serem realizados. O inverno é a morte, o derradeiro. Em outras palavras, o inverno imaginário é tempo para 'zerar-se' e estar renascido para as estações futuras [e as surpresas que aguardam]. Assim as árvores secam até parecerem cadavéricas, o solo exteriliza, até as gotas de chuva congelam. É como se o mundo adormecesse profundamente e despertasse - rejuvenescido - na primavera. Pois é preciso morrer para nascer de novo.

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