" Naquele mundo de todos os dias -a realidade- não havia absolutamente nada que lhe bastasse, que lhe fosse suficiente para suprir as carências icomensuráveis que o mundo imaginário lhe acarretara ao redor de anos. Ela tinha quais mais amigos pudesse ter, assim como uma rainha tem a sua corte, porém sua falta não era de amizade, ela queria amor; o amor que só um rei poderia lhe dar, o amor de um amante que lhe olhasse como Richard Collier para com Elize MacQuena. Aquele que não mais abandonava seus adágios era um tal príncipe garboso, enregelado e fatal que, como sugerem as características, partiu seu coração gélida e silenciosamente. Ela o esperaria, dois mil anos nas sombras, talvez. A cada dia que se passava menos a realidade lhe interessava, tudo o que ela mais queria era permanecer absorta em seus devaneios alegres e inspiradores, mas que logo dissolviam-se em lágrimas, ela sofria. Sofria pelo acordar de desilusão e pelo dormir solitário, expremida no leito, para a amplitude de sua própria mortificação. Ela se sentia tão abraçada pela Solidão que qualquer pessoa a sorrir lhe causava vontade de chorar. Ela não tinha ninguém, ninguém que quisesse ter."
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